Brasília, é a Vera Cruz e Patrimônio Cultural da Humanidade. É um legado do povo Candango para o Brasil e para o Mundo. Fazendo aniversário de 65 anos, aos olhos do planeta, uma cidade ainda muito jovem, pré-adolescente, que já foi palco de grandes acontecimentos civis e políticos.
A mudança da capital brasileira do Rio de Janeiro para Brasília foi uma ideia que levou cerca de 170 anos para se concretizar, desde sua primeira menção na Inconfidência Mineira, em 1789. A proposta visava incentivar a ocupação do território nacional de forma mais equilibrada. Um de seus principais defensores foi José Bonifácio de Andrada e Silva, que sugeriu o nome “Brasília” antes mesmo da Independência do Brasil.
O caminho até aqui foi longo e árduo e muitos políticos e visionários que não aparecem em lugar nenhum, lutaram muito para este dia chegar. Para aqueles que não acreditaram, a cidade é um milagre de Deus, foi construída, entregue e inaugurada em 5 anos. JK deixou um legado com ícones e heróis que são associados à Brasília em qualquer lugar do mundo, Lúcio Costa, o Urbanista, Oscar Niemeyer, o Arquiteto, Bernardo Sayão, o engenheiro, Athos Bulcão, o artista, Burle Marx, o paisagista, Isarel Pinheiro, o Governante, nosso primeiro prefeito. Este seleto grupo ficou conhecido como os construtores de JK.
Hoje, Brasília é reconhecida como um exemplo de planejamento urbano moderno e um símbolo da identidade nacional brasileira. Mesmo assim, muitos Brasileiros ainda, não entendem o funcionamento das quadras, tesourinhas e o modelo vizinhança e o porquê da padronização das quadras e o comércio e setores especializados, sem falar que ainda existe uma crença que Brasília é cidade dormitório de políticos e servidores públicos.
Mas os verdadeiros e os primeiros cidadãos e moradores de Brasília foram os pioneiros, visionários, empreendedores... pois estes sim, verdadeiramente empreenderam e largaram tudo, muitas vezes deixando as suas famílias para trás para construir algo novo! Milhares foram convidados e convocados, mas só os que acreditaram nesta nova visão profética de Dom Bosco, vieram para esta terra seca, em busca deste sonho e deste novo despertar, neste novo horizonte que foi construído em cima de uma nova perspectiva brasileira, que é a nossa Capital Federal, chamada de Brasília.
O pioneirismo e o ineditismo de alguns heróis desta cidade, ficaram estampados nos principais centros comerciais de Brasília, por meio de pais de família que acreditaram mais do que tudo e todos, que aqui, seria o local de um novo despertar... Atualmente existem poucos pioneiros vivos para contar a história de como foi viver este sonho, e fazer parte desta loucura...
Brasília ainda preserva sua história, cultura e tradições por meio de alguns pioneiros, que dia a dia contam esta história por meio dos seus estabelecimentos:
o Pioneira da Borracha, fundada em 1959 por um dos mais importantes empresários e pioneiros, Hely Walter Couto que junto com outros comerciantes sempre buscaram a valorização da W3 como centro comercial;
o Restaurante Roma, em funcionamento desde 15 de abril de 1960, administrado pela família do proprietário belga Simon Pitel (falecido);
o Pizzaria Dom Bosco: em funcionamento desde 1960, inaugurada pelo proprietário Enildo Veríssimo Gomes, marcada pela pizza maravilhosa e seu jeito descontraído de comer em pé uma dupla de fatias com mate;
o Nuclear Materiais de Construção, desde 1961, inaugurada pelo pioneiro Francisco Alencar (falecido), hoje administrada pelos filhos: Henrique e Fernanda de Alencar, sendo que a loja foi responsável por abastecer e vender os insumos das obras e reformas no início de Brasília e há 64 anos vem nos suportando com esta missão.
o Emplavi, desde 1982, inaugurada pelo empresário Gil Pereira e que junto com seu filho Gil Henrique, hoje administram há 43 anos o futuro imobiliário de Brasília com charme, funcionalidade e muita tecnologia. Já foram entregues mais de 30 mil unidades em todo o DF e destaca-se os imóveis magnifícos no Noroeste e os studios que são uma opção para novos moradores de Brasília.
Além de tantos outros estabelecimentos que continuam nos inspirando com o seu heroísmo, mantendo as tradições e contando a nossa história:
o Clube dos Previdenciários na 912 Sul fundado em 1962;
o Pastelaria Viçosa na Rodoviária desde 1966;
o La Chaumière desde 1966;
o Beirute na 109 Sul, desde 1969;
o Churros do Tio, nas principais escolas, desde 1976
o XIque-Xique na 107 Sul desde 1978;
o Parque Nicolândia no parque da Cidade desde 1978;
o Sorveteria Moka’s desde 1980;
o Gibão no parque da cidade desde 1982;
o Careca na 407 norte, desde 1982;
o Ki-Filet na 405 norte, desde 1984;
o Líbanus na 206 Sul, desde 1989;
Se tivesse que elencar alguns nomes de pioneiros que empreenderam e ajudam a fazer desta capital o que ela é hoje, eu deixaria gravado na história e no meu coração, os seguintes nomes:
o José Paulo Sarkis (falecido): o maior eletricista da cidade, participou das principais obras e patriarca da família Sarkis, trouxe seus irmãos que seguiram na engenharia civil e elétrica, deixando um legado importante de lojas e empreendimentos , como a loja CECIN SARKIS e o Lake Side;
o Orlando Taurisano (falecido): patriarca e fundador do grupo Disbrave em 1959, sendo o pilar por quase duas décadas de venda de automóveis na cidade, virando o principal cartão postal da cidade, pois com as avenidas largas, os seus veículos Volkswagem coloriam toda a cidade ainda recém-construída;
o Gilberto Salomão (vivo): pioneiro, um ícone desta cidade, proprietário de inúmeros imóveis e centro comercial mais famoso e palco de muitas alegrias, o Gilberto Salomão no Lago Sul;
o Antônio Venâncio da Silva (falecido): empreendedor do ramo imobiliário deixando inúmeros empreendimento com o seu nome, atualmente o principal empreendimento deixa um legado de decoração e restaurantes, o Shopping ID;
o Roberto Curi (falecido): pioneiro e dono da Curinga dos Pneus que remonta 1960;
o Edmond Fatuch Baracat (Falecido): família do ramo da construção civil e de empreendimentos como Brasilía Radio Center, Conic e Pátio Brasil;
o Abdala Carim Nabute (falecido): visionário e um apaixonado pela cultura e cinema, pioneiro e fundador das maiores salas de cinema de Brasilia, Cine Carim, Cine Márcia e Atlântida (Miguel Nabut e a Badya Helou), que levavam o nome da sua família originalmente;
o William Habib Naoum (falecido): chegando em 1957 com os irmãos, empresários do ramo da indústria no estado do Goiás, deixou um legado no segmento imobiliário e hoteleiro administrado pelo Grupo Naoum da rede de Hotéis Naoum;
o Salim Bittar, chegou em 1970 e deixou um legado com a rede de Hotéis Bittar em Brasília;
o Aziz Abdalla Jarjour (falecido): chegou em 1958 e deixou um legado do Café Arábia e Postos Jarjour, famoso pelas filas quilométricas quando a gasolina sobe.
Brasília gera paixões, curiosidades e muitos sentimentos extraordinários para os visitantes, pois Brasília é diferente de tudo o que já se viu e sua história é incrível e impressionante, um projeto jamais visto e talvez nunca haverá uma outra capital no mundo como esta. Após 65 de amor e vivência nesta terra única e abençoada, acredito que sempre existirá a dúvida se somos candangos ou brasilienses.
Mais a maior curiosidade de Brasília é: “Quem nasce em Brasília é candango ou brasiliense e qual a diferença?
A legitimidade do povo candango veio do seu sangue e suor que foi plantado nesta metrópole e os que aqui nasceram como eu são brasilienses, mas quem disse que deixamos de construir a capital, a capital está sendo construída 70 anos e todos nós que viemos para cá e ou nascemos aqui continuamos construindo, melhorando e aprimorando aquilo que os nossos ascendentes nos deram com muito amor e dedicação.
Acredito que todo nós somos CANDANGOS e sempre seremos, poia a construção não acabou, a obra é diária e todos nós temos responsabilidade de fazer da nossa Brasília, a Capital da Esperança, deve-se principalmente aos brasileiros mais simples e humildes, os verdadeiros Candangos, que viveram e morreram no anonimato, que só aparecem nas fotos, mas seus nomes são desconhecidos por toda a nação.
Mas a nova geração também não para, e continua construindo uma capital com qualidade de vida, sustentabilidade e inovação, mas principalmente, cuidando da nossa juventude e os nossos valores e famílias, pessoas como o nosso Secretário de Estado da Família e Juventude do Distrito Federal, Rodrigo Delmassso, um verdadeiro Candango (https://www.instagram.com/juvfamiliadf), que segue na luta de forma incansável com milhões de ações e projetos manter e fazer de Brasília o melhor lugar do mundo.
Além das pessoas, são os lugares marcantes em Brasília que nasceu como uma cidade bucólica e hoje uma cidade agitada, com milhares de opções culturais e de entretenimento. Deixo a minha lembrança de coisas simples que era marcas de Brasília e hoje não existem mais, como a "Festa dos Estados", o estádio "Pelezão", que virou um novo bairro, o "Pedalinho e a "Piscina de Ondas" do Parque da Cidade que Rogério Pithon Farias e que virou Sarah Kubitschek ".
Os nossos monumentos e obras são eternas, pois cada forma geométrica em Brasília é um fenômeno e um monumento, não existe cidade com tantas obras de arte a céu aberto como o Palácio do Catetinho, primeira obra pública de Brasília, o Hotel Brasília Palace, onde JK e autoridades internacionais, viram a seleção ser campeão em 58, o estádio Mané Garrincha que virou Estádio Nacional, a Catedral com vitrais singulares e curvas únicas, o Museu Nacional, Memorial JK e os Palácios do Planalto e Alvorada, onde o presidente mora e trabalha, o Congresso Nacional e a Praça dos 3 Poderes, representando a democracia e o direito do povo, e lugares para ver um pôr do Sol indescritível que sempre que vejo, parece que é a primeira vez, no Pontão do Lago Sul, Península dos Ministros, no parque da cidade, um dos maiores parques em centros urbanos do mundo, na Torre de TV e Torre Digital.
Uma cidade de arquitetura tão simples, com quadras numeradas, com setores específicos, mas tão complexo e complicado para quem não é daqui, fica difícil entender como as coisas funcionam, ainda mais quando entram pela primeira vez na tesourinha e fica perdido dando voltas. Somos diferentes de tudo, temos tantos clubes, um para cada associação, o nosso carnaval começa antes com blocos de rua (Baratona, Baratinha, Raparigueiros, Galinho de Brasília, Pacotão), passamos 4 meses (Maio-Agosto) fazendo festa junina em casa, nos clubes, igrejas e em todos os lugares, em Agosto temos a festa do Templo Budista, começarmos o Natal mais cedo, porque amamos nos enfeitar e celebrar e o ano novo vamos para o Show da Esplanada ou grandes festas em clubes e mansões.
Sempre saímos na frente das leis e padronizações, fomos os primeiros a adotar o cinto de segurança, somos um dos poucos que respeitamos a faixa de pedestre e que respeitamos os ciclistas, pois somos do esporte, corremos, pedalamos, nadamos, andamos de skate, patins e tudo mais que inventarem. Somos referência no modelo condominial, regras, tecnologias e inovações.
Temos o sangue árabe na veia, adoramos negociar e somos os reis da promoção, passamos o ano inventando festivais gastronômicos e no comércio de uma forma geral para economizar, desde o Lápis Vermelho até o Natal, o ano todo em shoppings e feiras (Feira dos Importados, Feira da Torre, Feira os Goianos, Feiras do Guará, BSB Mix, Feira da Lua) consumindo.
Brasília não tem uma cultura, um sotaque característico, ou comida típica, mais ao mesmo tempo esta miscigenação de estados, raças, crenças e culturas que formou Brasília e nos deu uma nova perspectiva cultural, gostamos de carne de sol, tapioca, cuscuz, piqui, cupuaçu, açaí, churrasco, fondue, pizza, massa, comida árabe, chinesa, alemã, japonesa e isso fica refletido nos nossos restaurantes mais tradicionais.
Somos um povo eclético, somos a cidade do rock, protagonistas do Porão do Rock, mas gostamos de música clássica, MPB, POP, Dance, Sertanejo. Se Brasiliense é ser tudo isso e mais um pouco, somos o Brasil e o Mundo em um só corpo e espírito.
Mas este aniversário também é de todos nós que participamos desta história, dos nossos pais, avós, bisavós, filhos, netos e bisnetos. Nós fizemos e fazemos parte desta cidade, do que Brasília já foi, é e será... já somos quase 3 milhões de habitantes, para ser mais exato 2.982.818 de pessoas que contribuíram de alguma forma para estes 65 anos. Parabéns a todos nós, Candangos e Brasilienses.
Fotos e história de Brasília: https://historiasdebrasilia.com/
Artigo escrito por Davi Shamballa Brussolo
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